O Trabalho Artístico intitulado
“O Vaqueiro e o Couro”, do produtor cultural Adriano Souza, premiado pelo Edital BNB de Cultura, buscou promover um diálogo sobre a importância da arte em couro, além de promover valorização dos vaqueiros do sertão cearense.
No semi-árido, o couro teve, tem, e sempre terá papel fundamental no desenvolvimento e difusão da sua cultura. A história não nos deixa mentir. O homem dessa parte do Brasil vive em ambiente inóspito, necessitando desse artigo natural como matéria prima para promoção de sua sobrevivência, face à peculiar categoria do solo, vegetação e clima, que lhe rodeia. É nessa região muito especial, de aspecto singular que o vaqueiro nordestino desenha e borda em suas vestimentas e utensílios domésticos e de trabalho, os versos de suas secas vidas, com suas tonalidades alegres, para que as futuras gerações não esqueçam dessa “pele”, onde transpira suas aspirações e receios, e pulsa os sinais da resistência às injustiças sociais de que ainda é vítima, mesmo em pleno século XXI.
Dissociar o vaqueiro do couro e do artesanato é o mesmo de se “reescrever a crônica de uma morte anunciada”.
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"Exposição O Vaqueiro e o Couro" - Roupa do Vaqueiro, Mestre Expedito Seleiro |
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"Religiosidade" Fé e Devoção". |
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"De couro era a porta das cabanas, o rude
leito aplicado ao chão duro, e mais tarde a cama para os partos; de couro todas
as cordas, a borracha para carregar água; o mocó ou alforge para levar comida,
a mala para guardar roupa, mochila para milhar cavalo, a peia para prendê-lo em
viagem, as bainhas de faca, as bruacas e surrões, a roupa de entrar no mato, os
bangüês para curtume ou para apurar sal; para os açudes, o material de aterro
era levado em couros puxados por juntas de bois que calcavam a terra com seu
peso; em couro pisava-se tabaco para o nariz."
Capistrano de Abreu
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